![]() O trágico acidente que ontem matou duas pessoas no IP5, arredores de Viseu, deixou de luto a localidade de Cepelos, concelho de Vale de Cambra. A colisão frontal entre dois veículos ocorrida, ontem, às 6.10 horas da manhã, no Itinerário Principal nº 5 (IP5), junto a Figueiró (Viseu), provocou dois mortos e sete feridos graves. Em dois dias, elevaram-se para seis as vítimas de acidentes de viação registados na região centro do país. A chuva copiosa e as estradas escorregadias poderão, segundo a Brigada de Trânsito da GNR de Viseu, estar a funcionar como 'ratoeira' para alguns automobilistas. Ontem, a tragédia bateu à porta de oito trabalhadores da empresa Higilusa, de Vale de Cambra, que se deslocavam para fazer a limpeza na Feira de S. Mateus (Viseu), e um cidadão de nacionalidade espanhola ligado à distribuição de jornais. Dois trabalhadores da Higilusa morreram (o motorista e uma ocupante) e sete, incluindo o condutor espanhol, ficaram feridos. Destes, quatro tiveram de ser operados. "Estão todos em estado grave, mas livres de perigo", disse ao JN Luís Viegas, do serviço de relações públicas do Hospital de S. Teotónio. Segundo Jorge Antunes, comandante dos Bombeiros Municipais de Viseu, tratou-se de uma colisão frontal entre duas carrinhas uma 'Mercedes Vito' conduzida por Francisco Mateus, de 44 anos, natural e residente em Salamanca (Espanha), que circulava no sentido Viseu-Aveiro, e outra, 'Mitsubishi', da Higilusa, que seguia do lado oposto. À excepção da chuva, que caía abundantemente na região, não foram reveladas as causas da colisão. Joaquim Lopes, de 39 anos, e Rosa Bastos, de 60 anos, sofreram morte imediata. No mesmo veículo de limpezas ficaram feridos Hélder Palma, de 26 anos, Margarida Lopes, de 60, Carla Rufino, de 30, Eveline Fernandes, 38 (sujeitos a intervenção cirúrgica), Piedade Pereira, 66, e Maria Sousa, de 58 anos. Residiam todos em Cepelos, Vale de Cambra. O condutor espanhol também sofreu ferimentos graves. António Gomes, da Brigada de Trânsito da GNR de Viseu, recusa uma relação de causa-efeito entre o acidente e o facto de o mesmo ter ocorrido no último troço do IP5 (Caçador/Boaldeia) que falta transformar em auto-estrada (A25). "Foi uma coincidência. Creio que o acidente teve sobretudo a ver com o mau tempo". Em Cepelos, freguesia de onde é natural a maioria dos funcionários que seguiam na carrinha da Higilusa, viviam-se momentos de grande consternação. Familiares e amigos reunirem-se, durante a tarde, em casa dos pais de António Joaquim Pereira Lopes. A filha mais velha, de 16 anos, que se encontrava rodeada de amigos, recordava que "ligaram à minha mãe a dizer que tinha havido o acidente e nós ainda tentámos telefonar várias vezes para o meu pai, mas ele não atendeu". "Mais tarde, o patrão telefonou a confirmar", adiantou. A vítima vivia com dois filhos menores e a esposa numa habitação que tinham construído há poucos anos. "Era um bom filho que tinha tudo de bom", lamentava o pai de António Joaquim Lopes, visivelmente destroçado pela tragédia. Junto à habitação de Maria Rosa Bastos, eram os vizinhos que se mostravam chocados com o sucedido. Uma vizinha lamentava a sua morte, lembrando que se tratava de uma pessoa que vivia sozinha e que "era muito trabalhadora". "Vai-nos fazer muita falta", afirmou. Também o responsável pela empresa de limpeza, Abel Russo, lamentava o sucedido aos seus funcionários, lembrando que o condutor que faleceu "era um excelente trabalhador". Teresa Cardoso e Salomão Rodrigues Publicado em 2006-08-19 Jornal de Noticias Dedico esta publicação a D. Rosa, conhece-la foi um presente ímpar que a vida me deu. Comentários |
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